(Can You Keep a Secret? — Sophie Kinsella — 2005 — Record)
A vida de Emma Corrigan não é exatamente um “livro aberto”. Ela tem segredos que não revela para ninguém, muito deles sobre seu trabalho e seu namorado. No entanto, durante uma viagem de avião repleta de turbulências, ela pensa que vai morrer e acaba contando todos os segredos para o bonitão ao lado.
Quando o avião aterrissa, Emma se apressa em pedir desculpas a seu colega de vôo, aliviada em saber que nunca mais verá o lindo confidente.
Nunca mais???
No dia seguinte ela se descabela ao descobrir que o bonitão é simplesmente Jack Harper, fundador e presidente da Corporação Panther, em visita ao escritório britânico. A vida tranqüila e bem-sucedida de Emma — um namorado perfeito e um emprego estável no marketing da Panther — ameaça ir por água abaixo. De uma hora para outra, ela e suas amigas Lissy e Jemina se envolvem em uma série de eventos desastrosos.
Emma fora mandada para a Escócia a fim de fechar um contrato de negócios, mas uma reforma na empresa a fez perder o acordo. No caminho de volta para Londres, uma turbulência no avião a deixa com tanto medo que ela só consegue pensar em revelar pequenas coisas sobre si mesma para o bonitão ao lado, afinal, já que eles iam mesmo morrer...
Exceto que ambos saem vivinhos da silva da turbulência. Mas tudo bem. Quais são mesmo as chances dela ela encontrar o bonitão mais uma vez? Bem, o bonitão era o dono da empresa em que ela trabalhava e estava num tour pelos escritórios da Europa e aparentemente fascinado por Emma... Então, parecia que ela ia vê-lo muito.
Enquanto Emma luta para ordenar a vida caótica e conseguir uma promoção, Jack e ela se tornam mais que amigos... Mesmo quando ele parece decidido a puni-la, revelando alguns de seus segredos... Mas o que acontece quando os segredos de Emma são revelados de verdade?
Minha opinião:
Vou começar essa resenha dizendo que, via de regra, eu odeio chick-lit. Não consigo ver o sucesso que um bando de mulheres preocupadas apenas em gastar e fazer sexo faz. Parece que toda protagonista de chick-lit é uma coitada fracassada, com um emprego de m(*), solitária, sem amigos, que vive uma existência vazia.
E Emma não é diferente.
A menos querida de... Uma família de pais, avô e uma prima, Emma sempre mete os pés pelas mãos. Ela vive num apartamento com a tímida advogada Lissy e a filhinha-de-papai Jemina, tem um relacionamento sem-graça com Connor, um emprego chato e qualquer outra coisa deprimente em que se possa pensar. Inclusive uma boca grande enorme que se recusa a ficar calada. Ela é tipo aquela amiga retardada que quase todo mundo tem, com quem todo mundo se irrita, mas ninguém tem coragem de chamar para o mundo real.
Emma reclama de tudo, mas não consegue encontrar seu lugar ao sol — ela é indecisa, conformista e sempre se mete em confusão. Mas ela algumas vezes tem uma ou outra idéia brilhante. Claro que isso não serve para me fazer esquecer que ela tem uma boca enorme, e alguma hora todos os segredos dela serão divulgados. Também, os devaneios de Emma são hilários. Por exemplo, quando Jack e Connor estão conversando, e ele remete a uma revelação dela sobre o ponto-G, tudo que ela consegue pensar é:
“— Bem, tenho certeza de que vocês serão muito felizes juntos — diz Jack Harper a Connor. — Vocês parecem muito compatíveis.— Ah, nós somos! — confirma Connor imediatamente. — Para começar, nós dois adoramos jazz.— É mesmo? — diz Jack, pensativo. — Sabe, não consigo pensar numa coisa mais legal no mundo do que compartilhar o amor pelo jazz.Ele está de sacanagem. Isso é insuportável.— Verdade? — diz Connor ansioso.— Sem dúvida. Eu diria que o jazz e... os filmes de Woody Allen.— Nós adoramos os filmes do Woody Allen! — empolga-se Connor, num deleite fascinado. — Não é, Emma?— É — digo, meio rouca. — É sim.— Bom, Connor, diga — começa Jack em tom confidencial. — Algum dia você já achou...Se ele disser “o ponto G de Emma” eu morro. Eu morro. Eu morro.”
Jack é uma graça. Misterioso, sensível, engraçado, eu quis dar uns beijos nele pela doçura como tratou Emma no primeiro encontro dos dois — mesmo que tenham melecado tudo — e como ele desvendou a prima do mal. Também, no modo como ele e Emma conversaram sobre uma nova campanha publicitária, e como ele sempre a metia em problemas... *suspira* Eu podia ter simplesmente lido apenas sobre ele e teria adotado o livro.
Bem, esse livro é divertido, engraçado, como a série da Becky Bloom, também da Sophie Kinsella. No entanto, visto que Emma não é exatamente a fina flor da erudição, recomendo apenas para os pacientes ou para quem precisa de uma boa risada.
2 comentários:
Sério, eu não sabia que gostava de chick-lit, mas eu gosto! rs
Já havia lido alguns livros nesse gênero (que eu não sabia que era desse gênero), porém depois desse post, dei uma pesquisada...e descobri que esse não é o primeiro que li...
Li o livro, e eu ri! Muito! Tinha horas que me pegava tentando segurar a risada, pois seria capaz de ficar rindo alto que nem louca! A Emma é maluca..exatamente como você mencionou, mas as cenas são engraçadas, e os pensamentos mais ainda hilários ainda!
Puxei da memória os livros que já havia lido, e sua descrição do gênero cai como uma luva, porque todos que pararam nas minhas mãos eram exatamente assim: "Parece que toda protagonista de chick-lit é uma coitada fracassada, com um emprego de m(*), solitária, sem amigos, que vive uma existência vazia."
Se eles tentam parecer um livro para a "mulher moderna", me pergunto se todas nós somos assim? hahahhaha Que coisa!
Enfim, apesar dos contras, ainda sim não descarto a leitura pelo fato de ser divertido, uma bela distração para um dia estressante...
E para terminar...adorei o Jack, sério, ele tinha uns momentos tão "oin", e uma memória ótima, que sempre me fazia rir e ficar esperando a hora que ele fosse aparecer de novo...
no final, como sempre me irritou o fato dele ser perdoado tão rápido..gente, se me chamassem de comum, e com nada de especial (mesmo que fosse verdade rs)..PQP! nem sei o que fazia!
mas enfim, sou meio revoltada nesse sentido..já reclamei disso antes, né? hahahaha
Bjsss
Flavia, eu também ri muito. Quando a coitada da Emma está andando pelo aeroporto e todo mundo ri para ela e ela descobre a razão... meu primeiro pensamento foi 'despenca uma estrela'. rs Os livros da SK são engraçados, mesmo quando eu quero matar as mocinhas.
E o Jack... eu teria perdoado. Bem rápido. Ele é tão fofinho! Certo que ele pisou na bola, mas ele prestava atenção em tudo que Emma fazia e dizia - e ela dizia tanta m(*) que é difícil acreditar que ele não tivesse perdido a vontade de viver ante os monólogos dela.
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