(Whitney, my Love — Editora Best Seller — 1999)
Órfã de mãe e criada por um pai severo e frio, a adolescente Whitney Stone choca a sociedade inglesa do começo do século XIX com seus modos, sua espontaneidade e rebeldia. Desde menina, ela ama o belo e aristocrático Paul, perseguindo-o em todos os lugares e inventando as mais inusitadas formas de chamar-lhe a atenção.
Enviada a Paris, ela recebe um longo treinamento para transformar-se uma mulher fina, glamourosa, irresistível. Quando retorna a Londres, está mudada, mas ainda disposta a conquistar seu amor de infância.
Porém o irascível e poderoso duque Clayton Westmoreland é quem se interessa mais vivamente pela jovem mulher. E é ele quem, por meio de artimanhas maquiavélicas, consegue levá-la ao altar. Mas Whitney recusa-se a aceitar imposições, e está disposta a fazer tudo para livrar-se do odioso casamento. A convivência, porém, traz surpresas, e dentro de pouco tempo o duque se revela muito mais charmoso e gentil do que ela desejaria admitir.
Talvez Paul não passe de uma fantasia infantil; talvez Clayton tenha bons motivos para agir tão brutalmente; talvez o casamento não seja um erro tão grande assim…
Whitney era, antes de nascer, o filho desejado de um casal inglês. Infelizmente, quando o “herdeiro” nasce e o pai percebe que o filho era uma menina, radicaliza e dá a ela nome de homem mesmo. A mãe de Whitney morre quando ela é criança e, aos 16, ela é exilada na França com os tios.
De temperamento forte e decidida a conquistar a aprovação do pai, ela decide se tornar uma beldade... E consegue. Whitney atrai a atenção de dois homens, por motivos diferentes: Nicholas DuVille, um francês tudodebomedomelhor irmão mais velho de sua amiga Therese, e Clayton Westmoreland, um duque inglês que a vê de relance e propõe ao porco do pai de Whitney que a venda dê sua mão em casamento em troca de pagar todas as dívidas possivelmente contraídas em nome das necessidades femininas de Whitney. O homem aceita e Clayton decide agir.
Infelizmente, a primeira aproximação dele não sai muito bem, ainda mais porque Whitney não esqueceu o vizinho Paul, que praticamente não sabia que ela existia e ignorava a devoção cega que ela lhe dedicava. Eis que, uma vez que Whitney retorna à Inglaterra, Paul começa a notá-la... Mas Clayton ainda estava no jogo e não era o tipo de homem que jogasse para perder, ainda mais depois de tamanho investimento. Então, ele elabora um plano megalomaníaco de fazê-la se apaixonar por ele antes do casamento. Mas Whitney está certa de que o odeia e simplesmente se recusa a deixar Paul de lado, mesmo que definitivamente sinta algo por Clayton.
Quando ela descobre a farsa de Clayton e do pai, Whitney tem certeza de que precisava fazer alguma coisa para evitar que o casamento se realizasse... E justo quando ela começava a se apaixonar, uma mentira faz Clayton tomar uma atitude que poderia destruir aquele amor para sempre.
Minha opinião:
Essa é a segunda vez que leio Whitney, meu Amor e, diferentemente da primeira, eu odiei. Não sei qual é a explicação disso, mas suponho que, aos 15 anos, eu fosse mais complacente e tolerante com personagens do que eu sou hoje.
No início, gostei de Whitney — ela era sensível, determinada e queria a aprovação, além de ser o oposto das dondocas da sociedade inglesa (quase uma das personagens de Patricia Grasso), mas no decorrer do livro, ela se torna uma criatura infantil, obtusa, teimosa e que se ferra sempre porque perde excelentes oportunidades de ficar calada ou quieta.
Clayton é megalomaníaco, convencido e arrogante, o tipo de personagem que faz tudo para conseguir o que quer. Ao contrário do meu amado Lucien de Montforte — que precisa ser resenhado aqui (oremos) —, os planos de Clayton têm tudo para dar certo e a arrogância dele coloca tudo a perder. Ao mesmo tempo, ele é decidido e, de certa forma, devotado, o que me fez pensar que ele deve ser bipolar. Apesar disso, ele também é nervosinho e precisa urgentemente de uma terapia, sem contar que tem a tendência irritante de acreditar em tudo que as pessoas dizem — e justamente causa a cena mais horrorosa do livro.
Nicholas DuVille, um dos pretendentes de Whitney, é aquele coadjuvante que merecia ser o herói, pois a mera menção do nome dele ofuscava qualquer cena com Clayton. Resultado: os leitores tanto pediram que Judith McNaught escreveu um livro — certo, um conto — para ele, e teria sido melhor se a gente só tivesse esperado. Ainda quero descobrir porque coadjuvantes tão bons se tornam completos idiotas. Enfim... O outro, Paul, é tipo aquele tio que a gente tem e nem lembra. O cidadão só é lembrado porque Whitney é obcecada por ele, apesar de eu ainda não ter entendido por que.
No mais, enquanto o livro certamente é bom, pois a autora consegue fazer o leitor ir em frente mesmo quando o desejo é rasgar as folhas, jogar pela janela e gritar para aquele seu vizinho irritante comê-las e sumir, não consigo mais achar que seja essa Coca-Cola toda. Os personagens principais me irritaram a ponto de eu querer estapeá-los, e o Nicholas foi o único que parecia normal no meio daqueles loucos. São pouco mais de 400 páginas, mas eu me senti como se tivesse lido 4000. Dizem que quando um autor consegue isso, é bom. Mas eu já perdi a paciência com o combo mocinho bruto + estuprador + heroína estúpida e agora só quero que esse tipo de personagem morra e arda na divisão mais quente do inferno.