Como começar a falar de um livro que esperei por quase um ano, sem deixar escapar alguns spoilers de arrepiar os cabelos? Bem, vamos para o mais fácil: a Irmandade da Adaga Negra está finalmente sendo publicada no Brasil (sob os títulos “Amante Escuro” e “Amante Eterno”, e não, não comprei por falta de recursos. Yeah.), e entre a espera de uma chegada em português e outra, e as publicações aleatórias da Warden, os leitores estão loucos para saber que fim — ou começo — o misterioso, fofo e inseguro John Matthew e a cold-hearted bitch Xhex levaram.
Pois bem, o momento de espera acabou!
E esta blogueira que aparece esporadicamente pede os mais sinceros perdões, pois no momento da escrita deste post, estava influenciada por Lover Mine.
Sem enrolação, vamos àquela que será a resenha mais longa publicada aqui:
Nas esquinas mais escuras na noite de Caldwell, Nova York, há um conflito como nenhum outro. Há muito dividida como um aterrorizante campo da batalha dos vampiros e seus inimigos, a cidade é o lar de um grupo de irmãos nascidos para defender sua raça: os vampiros guerreiros da Irmandade da Adaga Negra.
John Matthew passou muita coisa desde que foi encontrado vivendo entre humanos, sua natureza vampiresca desconhecida para ele e para aqueles a seu redor. Depois de ser pego pela Irmandade, ninguém poderia imaginar qual era sua verdadeira história — ou sua verdadeira identidade. Na verdade, o falecido Irmão Darius retornou, mas com um rosto e um destino muito diferentes. Quando uma vingança pessoal e viciosa leva John ao coração da guerra, ele vai precisar chamar sobre quem ele é agora e quem ele foi um dia para enfrentar o mal encarnado.
Xhex, uma assassina sympath, se protegeu há muito contra a atração entre ela e John Matthew. Já tendo perdido um amante para a loucura, ela não vai permitir que o macho de valor caia na escuridão de sua vida tortuosa. Entretanto, quando o destino intervém, ambos descobrem que amor, como destino, é inevitável entre almas gêmeas.
Minha opinião:
Querida Virgem Escriba no Fade! Desde o primeiro momento eu soube que me esbaldaria com esse livro. Anteriormente, a Warden tinha prometido que ia caprichar, para fazê-lo o melhor livro que ela já escreveu. E não é que ela cumpriu a promessa?
O fim de Lover Avenged deixou um gancho cara-de-pau para a história de John e Xhex ser finalmente acertada, e apesar de eu estar temporariamente zangada com ele, percebi no mesmo instante que a zanga não duraria muito. O motivo é simples: apesar de seu comportamento egoísta e um tanto infantil, John ainda é quem é/foi, e permanecia como um dos personagens que mais gostei.
Então, quatro semanas após o resgate de Rehvenge, Xhex ainda está desaparecida. Rehvenge tentou encontrá-la nos cafundós da colônia
sympath, sem sucesso, o que levou os Irmãos a imaginarem que ela só podia estar com Lash. O filhotinho do Ômega a seqüestrara, com a intenção de se vingar por ela ter matado a Princesa
sympath, mas ao perceber o quanto Xhex era forte, ele começa a se apaixonar por ela e deseja que ela a) se transforme na primeira lesser fêmea e b) se torne mãe dos netinhos do mal.
O que ninguém contava era que, apesar de mantê-la presa, Lash conseguiu fazê-lo bem debaixo do nariz da Irmandade, com a ajuda de um feitiço que a deixava invisível e inaudível para todos, exceto para ele mesmo.
Enquanto ela sofre estupros e fome (tanto de comida quanto de sangue), John decide esconder o amor que sente por ela, pois, na opinião dele, a Irmandade iria querer outra
shellan. E também Xhex deixou muito claro que nunca corresponderia aos seus sentimentos, fossem eles quais fossem. Ferido em seu orgulho e com sede de vingança, o homem decidiu dar férias ao bom senso e cuidar de trazê-la de volta, viva ou morta, de qualquer jeito. Como forma de simbolizar seus sentimentos por ela, ele tatua o nome de Xhex nas costas e pede ajuda a Trez e iAm.
Eventualmente, ela escapa das garras de Lash, e John a encontra. Ferida, assustada e muito mal, ela quase o ataca, porém sua defesa cai ao vê-lo e lembrar a expressão dele ao encontrar seu cativeiro e imaginá-la morta. Ele a leva para a mansão da Irmandade, e, numa tentativa de fazê-la menos traumatizada, ele decide lhe dar algum espaço e ser apenas um apoio, um ombro amigo.
Quando as coisas começam a se acertar, Xhex percebe que não poderia deixar seus sentimentos por ele interferirem e colocarem John em perigo. A solução agora era lutar contra todas as barreiras que havia entre eles, começando pelo fato de ela não conseguir confiar, permitir-se amar ou ser amada, passando pelo problema de comunicação, pelas idéias idiotas de John a respeito de não ter valor, pelo passado, pela necessidade de ambos se descobrirem e se aceitarem.
SPOILERS! SE VOCÊ NÃO GOSTA DE SPOILERS, NÃO LEIA O QUE VEM A SEGUIR!
Aviso dado...
Vou fazer uma breve descrição do que mais me chamou a atenção:
Xhex: eu sabia que a adorava por uma razão. A mulher é forte, uma sobrevivente, que sempre se recusa a desistir, apesar de perder a esperança. Assim como Mary, ela sabe o que quer, e entende que só vai conseguir se se esforçar. Vê-la se desenvolver como pessoa, aceitando algumas coisas inevitáveis, se perdoando, e aprendendo a amar é ótimo. E vê-la admitir que precisar de ajuda não é sinal de fraqueza, mas força interior, é emocionante.
John: me recuso a falar sobre o John-que-é-Darius. Só isso: o John que eu queria conhecer mais profundamente está aí, tão amável quando o menino esquelético que marca presença em “Amante Eterno”. Mais maduro graças aos acontecimentos recentes, ele percebe que o homem que um dia foi seu amigo, e que agora é seu pai, nunca deixou de amá-lo, e o comportamento que o menino necessitado de amor via como egoísta e desinteressado era o reflexo da dor mais profunda que uma pessoa pode suportar. A cena em que ele encontra o cativeiro de Xhex e começa a chorar ao ver sangue é maravilhosa, especialmente porque enquanto ele chora, é observado por ela e pelos Irmãos; ele sofre por imaginá-la morta, mas não faz a menor idéia de que ela está viva, ferida, pedindo sua ajuda e precisando dele.
Blay e Qhuinn: todos se perguntavam se algum dia eles se resolveriam, e a resposta aqui é difícil. Enquanto Qhuinn finge que não ama Blay, o ruivo começa a se envolver de outra forma, com outra pessoa... Sinal de confusão.
Lash: MORRA!!!
Tohr/Darius: ainda chorando a perda de Wellsie, Tohr é o responsável pela melhor frase do livro. Sua participação, no entanto, é melhor nos flashbacks de Darius, que relatou a vida da Irmandade no século XV. Aliás, é incrível como uma boa amizade pode influenciar uma pessoa, pois eu tenho certeza de que toda aquela educação e respeito de Tohr não foram ensinados pelo pai. E algumas coisas que damos como certas, simplesmente são uma bolachinha do pacote...
No’One: é, a Escolhida-do-manto-negro teve uma vida escabrosa. Ruim mesmo. O desenrolar da história dela não é óbvio, daquela que a gente lê a primeira linha e diz “É isso mesmo, eu sabia!”, mas conforme as coisas se acertam, passamos a entender algumas coisas.
Payne: livre da animação suspensa, Payne aproveita a chance de lutar com Wrath para deixar claro sua posição em relação às Escolhidas — de jeito nenhum ela se tornaria uma delas. E apesar do amor presente entre ela e o Rei Cego (é só ver a surra que eles se dão), Wrath é o responsável pelo fim que teve em LM.
Murhder/A equipe de TV: não vou dizer que entendi essa coisa toda, mas se minha linha de pensamento estiver correta, o ex-amante de Xhex tem muito papel para desempenhar — e por uma conversa que ele teve (“Você tem sorte em ter aquela que deseja ter ao seu lado, então pare de ser um cego idiota a esse respeito”), atrapalhar a vida dela é uma delas. Aliás, o cara é doidão, mas é impossível não gostar dele — como eu disse, o homem é doido. E que inferno de nome é “Eliahu”?
Então, eu amo LM. Acho que esse foi o livro mais romântico depois de “Lover Revealed”, e tem início, meio e fim, o que faz o leitor se preocupar com o destino dos personagens. Quero muito o livro de Payne, porém, como sempre, afirmo: Darius e Tohr ainda são meus preferidos, e como já li o livro de Darius, mal posso esperar pelo do Tohr — e esqueci de dizer: o jovem Tohr é uma graça, e a química dele com No’One me deixou mais tranqüila a respeito daquilo-com-Wellsie.
Certamente, se eu costumasse avaliar os livros com estrelinhas, de cinco, eu daria seis. LM cumpriu com todas as minhas expectativas — ou a maioria delas —, e me deixou com gosto de quero mais.
E que venha Payne!